Dia das crianças. Cuidados ao comprar brinquedos. Nosso comentário no CBN Madrugada



Nosso comentário.
Pais e familiares devem redobrar os cuidados na hora da compra e seguir algumas regras de segurança na hora de comprar brinquedos para seus filhos nessa época?
Sim. Mas na verdade, esses cuidados deveriam ser monitorados todo o ano, pois há outras datas, tais como aniversários, Natais, etc. E hoje com a rapidez da tecnologia essa atenção deve ser maior.
Quem cuidados são esses?
A primeira regra é evitar comprar brinquedos no mercado informal, principal destino de produtos falsificados e contrabandeados, que não apresentam garantia de qualidade e colocam em risco a segurança e a saúde das crianças. No mercado informal, aparentemente o preço é barato, contudo o prejuízo é muito maior, inclusive, pode colocar em risco a vida da criança.
Para se ter uma ideia o Inmetro divulgou em dezembro de 2016, uma pesquisa feita no Estado do Rio de Janeiro com 1.200 entrevistados de todo o país, e mostrou que três em cada dez brasileiros (30%) declararam consumir produtos piratas, (10%)  brinquedos. E a tendência é aumentar pelo número de falsificação e contrabando com pouco controle.
E como pode ocorrer esses prejuízos?
Existem normas do Inmetro e da ABNT que estabelecem critérios que devem seguir os fabricantes para colocar o produto no mercado de consumo.
Tais como, normas de embalagem faixa etária, manuseio, cuidados e atenção, Manual de instrução em língua portuguesa, a identificação do fabricante em caso de dúvida, nota fiscal, etc.
No mercado informal, não! Ai que mora o prejuízo! Melhor dizendo, Não só se dá somente na falta de informações, bem como na fabricação e cores. E cores são sinônimos de metais pesados.
Metais pesados?
Sim. Há normas que estabelecem a quantidade desses metais, tais como o chumbo, cádmio, selênio, etc. Os mais comuns são os de tinta cor vermelha que contém chumbo, por ser três vezes mais barata que a tinta comum. É um produto tóxico que em altas doses causa problemas no cérebro e no sistema nervoso central. Já a tinta amarela contém cadmio que causa intoxicação estomacal e pode permanecer até 2 anos no organismo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já demonstrou que por ano, o chumbo provoca atraso mental em 600 mil crianças ao redor do mundo.  A intoxicação acontece principalmente pelo contato com tintas à base de chumbo, não só em brinquedos, mas também em tintas de pintura usadas casas, móveis, etc.
Em outros países ocorre o mesmo?
O interessante é que esse tipo de tinta já deixou de ser fabricado em 30 países e a ideia é banir o produto em todo o mundo até 2020. No Brasil, uma lei de 2008 estabelece limites para o uso do chumbo. Mas o risco para as crianças ainda resiste no colorido dos brinquedos piratas.
Mesmo o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) já encontrou níveis de chumbo mais de 40 vezes acima do permitido que é 90 MG/KG.

E como se dá esse processo de intoxicação?
Uma analogia. Tem pessoas que compram um livro e gostam de sentir àquele cheirinho de novo.
Da mesma forma ocorre com as crianças. Quando o brinquedo é levado a boca há uma transmissão, uma migração desses metais pesados para a corrente sanguínea da criança. Os sintomas mais comuns são: dores de cabeça, perda de memória, de concentração, irritabilidade, insonia ou sonolência, convulsões, danos cerebrais e até pode levar ao coma.
Não seria viável uma matéria nos currículos escolares para educar e minimizar esses problemas?
Certamente. Aliás, em 1995, quando fundamos o primeiro Procon municipal no Espírito Santo, na cidade de Guarapari, havia um projeto nosso do “Procon nas Escolas”.
Eram aulas lúdicas que usávamos além de pessoal qualificado, até um palhaço divertia muito as crianças. Ele, para demonstrar a periculosidade de um brinquedo, o levava a boca e caia ao chão. Logo se levantavam e dizendo não com os dedos, se dirigia ao lixo e jogava o brinquedo fora. O resultado foi acima do esperado. Mas, infelizmente, caiu no esquecimento.
Então a Fiscalização começa com os pais?
Sim. Quando um pai ou uma mãe comprar um brinquedo, a primeira “criança” a manuseá-lo são eles. É prudente sejam os primeiros a manusear o brinquedo e supervisionar os filhos para evitar acidentes.
Essa fiscalização é simples. Quando forem comprar um brinquedo, devem conferir a presença do selo do Inmetro e respeitar a recomendação da faixa etária a que o produto se destina.
A título de exemplo, o Inmetro obriga que na rotulagem de brinquedos para crianças até 3 anos devem trazer a seguinte advertência de maneira legível:
  1. "NÃO RECOMENDÁVEL PARA CRIANÇAS DE ATÉ 3 ANOS";
  2. A menção do risco envolvido;
  3. O símbolo de advertência para brinquedos não apropriados para crianças menores de 3 anos.
E nas compras on-line?
Buscar referências com amigos ou familiares sobre o site; verificar também os contatos da empresa: endereço do fornecedor, e-mail, redes sociais e telefone para eventuais dúvidas como reclamação, devolução e prazo para entrega e guarde todos os dados da compra, o número de protocolo da compra ou pedido - por meio eletrônico ou impresso.


Comentários

  1. Boas dicas. Temos realmente que tomar cuidado!

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  2. Nem imaginava que poderia ter metais pesados em brinquedos! É um absurdo! Mas vamos fiscalizar!

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  3. Excelentes esclarecimentos. Precisamos ficar atentos.

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  4. E pensar que esse assunto pouco se fala! Vamos divulgar!

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  5. Ouço todos os dias seu comentário no CBNMadrugada. Muito bom!

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  6. Parabéns Dr. Estêvão. Um Mestre no Direito do Consumidor.

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